segunda-feira, 7 de setembro de 2009

O que é Jornalismo Ambiental?

Antes de mais nada, é oportuno refletir sobre o que é ser jornalista. Como se sabe, há diversas respostas: formais, legais e também alternativas. O mesmo ocorre com a função dos meios de comunicação social. Basicamente a questão tem a ver com a nossa maneira pessoal e coletiva de encarar os meios de comunicação social, e os que com eles e neles trabalham.


A mídia pode ser vista como “simples” empresa comercial, para obter e vender informação e entretenimento de maneira unilateral, ou como uma prestação de serviço, para educar, informar e entreter de maneira objetiva e ética. No primeiro caso se visa o lucro. No outro, o bem-estar da sociedade e a convivência democrática.


De maneira semelhante se coloca a questão de o que é ser jornalista. Deve ser uma profissão legalmente regulamentada, ou uma vocação? Ou as duas coisas? A resposta depende de nossa visão, de nossa ideologia. Tanto pessoal, como coletiva. E o fato é que de acordo com essa visão, vamos desempenhar a “função” ou o “emprego” de jornalista / comunicador/a.


Um terceiro aspecto é o estado atual do mundo. Por um lado, progredimos muito técnicamente. Mas por outro, a situação social e ecológica é muito crítica. Por isso, é oportuno analisarmos qual é a responsabilidade de cientistas, políticos, jornalistas e da população, em geral, por essa situação crítica. É importante saber quem são os responsáveis pelo nosso atual ecocídio.


Outra questão que se coloca é: onde termina o jornalismo “comum” e onde começa o “ambiental”? Em outras palavras: será necessário termos jornalistas especializados em meio ambiente? Ou não? E porquê? - Aliás, como devemos atuar nós, comunicadores e jornalistas, ao tratar a crise ambiental? - Reagindo com pânico, sendo sensacionalistas ou resignando-se?


Dizem que a imprensa é o quarto poder. Como tal, nossa função deve ser produzir e reproduzir conhecimento para informar, conscientizar, educar e entreter nosso público, e, ao mesmo tempo, monitorar, vigiar e controlar os responsáveis pela vida pública. Tais como banqueiros, diretores, empresários, políticos, líderes partidários e religiosos.


Se assim for, ser jornalista, portanto, é ser alguém que faz de sua vocação uma função social através de uma profissão – regulamentada – para servir os interesses e demandas do seu público-alvo, em particular, e através dele, a sociedade toda. E jamais para servir a um patrão ou à uma empresa! Muito menos a um sistema econômico-político.


Outro aspecto importante está relacionado com nossa compreensão de meio ambiente. O que é, realmente, o ambiente? É tão somente um espaço físico? É o que se vê? É só uma mera área com “riquezas” comercializáveis? É algo que deve ser possúido, comprado, explorado, sugado e abandonado? Ambiente é algo que só existe fora de mim e pouco tem a ver comigo?


Uma outra visão, bem contrária à anterior, encara a Terra como um todo, como um ser vivo. Como parte da energia que faz vibrar todos os átomos do micro- e do macro-cosmo. Como um lugar no qual a Vida se manifesta. Desde a célula, passando pelos organismos, famílias, grupos sociais, continentes, planetas até à imensidadão do Universo. Aliás, o que é ambiente para você?


A nossa visão é fundamental para o rumo de nossa vida pessoal e coletiva. Com ela também podemos definir a política ambiental que queremos. E para termos uma política ambiental efetiva é preciso ter uma opinião pública consciente e crítica. Foi provado que nos países com uma opinião pública ativa também há boas chances de se ter uma política ambiental eficiente.


O povo precisa saber de seus deveres e direitos também com respeito às questões ambientais. Para isso, precisa estar bem informado, pois só poderá exigir dos seus representantes políticos, que façam leis ambientais adequadas e as façam cumprir, se souber o que está acontecendo. Só bem informado poderá participar das tomadas de decisões ambientais relevantes.


A/o comunicador/a ambiental consciente e responsável também precisa estar bem informado/a. Inclusive dos seus direitos legais! E a partir disso, atuar como fiscal dos responsáveis pela vida pública, que somos nós todos. Mas sempre fiscalizando primeiro a sua própria conduta, claro.

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